Comentário Geopolítico nº 211 de Gelio Fregapani

Petrobras, Exército, CBC e Eletronuclear

Assuntos: Só um alerta e O cerco à indústria brasileira de defesa

Só um alerta

O Petróleo e a Corrupção

BRASÍLIA [ ABN NEWS ] — A crise internacional do petróleo deve intensificar a ofensiva externa para que o Brasil privatize a Petrobrás e o pré-sal. Desgastar a imagem da estatal é uma forma de criar condições políticas para que isso ocorra. Vale tudo para desmoralizar a Petrobras de modo a tornar irreversível a privatização da empresa.

Apesar das licitações viciosas, apesar de todas as corrupções, as encomendas da estatal petrolífera nacional dinamizam a indústria nacional para fabricação de insumos, peças e equipamentos que impulsiona o desenvolvimento dos componentes nacionais, sendo razão principal do desenvolvimento da indústria brasileira, no campo do desenvolvimento tecnológico e na criação de empregos de qualidade isto, naturalmente, mesmo sem a corrupção deixaria a produção mais cara, mas não podemos deixar que a crise que estamos vivendo mate a indústria e o desenvolvimento tecnológico.

É obvio que as firmas estrangeiras estão de olho nesse mercado além de punir os corruptos temos que desenvolver os componentes nacionais e isto tem um custo extra, mas é o único caminho para a independência.

Temos que punir os ladrões sem desmanchar nem privatizar as empresas.

Na Energia Nuclear

Uma notícia de sentido estratégico. A usina nuclear Angra I receberá pela primeira vez, na próxima recarga de combustível de 2015, urânio enriquecido no Brasil. Até o presente momento, todo o urânio usado como combustível na usina era enriquecido no exterior.

Não tem sido fácil o nosso avanço no setor nuclear. O enriquecimento do urânio é tido como uma atividade perigosa, pois pode levar à confecção da bomba atômica. Enriquecer urânio, mesmo em proporção inferior à necessária para a fabricação da bomba, sempre foi atividade obstruída pelos Estados Unidos e países. Isto terminou impedindo, ou dificultando muito, o uso da tecnologia nuclear mesmo para fins pacíficos pelos demais países, criando um fosso entre os que detêm essa tecnologia e os demais.

Entre os países que foram mais atingidos por esse cerco está o nosso Brasil, que dispõe da sexta maior reserva de urânio do mundo, capaz de abastecer uma dezena de usinas por muito tempo, mas devido a covardia (ou a traição) de três Presidentes, ficamos privados de lançar mão dessa enorme riqueza disponível com que a natureza nos dotou.

No Transporte – Nova traição?

O ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, garante que o governo fará força para ser aberto 100% ao mercado de aviação a estrangeiros. Hoje, uma companhia de fora não pode ter mais do que 20% de capital em uma empresa aérea nacional.

Em navegação marítima, a abertura já está em vigor. Um grupo estrangeiro que se estabeleça no Brasil – mesmo com 100% do capital em mãos de acionistas do exterior – tem todos os direitos dos brasileiros, o que inclui o acesso ao crédito do Fundo de Marinha Mercante. A exigência é ter subsidiária no país.

Abrir mão de uma Marinha Mercante nacional é renunciar a uma posição proeminente no concerto das nações. A navegação, especialmente a cabotagem, é estratégica para uma nação. Abrir mão dela é ficar a mercê dos estrangeiros, mais ainda do que no caso das empresas aéreas.

Na Industria Bélica

Já há algum tempo tivemos informes de que a nossa única fabricante de munição leve – a CBC, poderia não ser brasileira e que teria sua sede numa ilha do Caribe, que ainda vendia munição para o estrangeiro por nove vezes mais barato do que para o nosso Exército. Se confirmados esses informes isto caracteriza uma grave vulnerabilidade facilmente perceptível.

O que confirmamos é que o próprio Exército tem bloqueado empresários que desejem fabricar munição no País, a pretextos burocráticos que não dá para aplaudir.

Sobre a indústria bélica recebemos do um oficial paraquedista o artigo, publicado ainda em 2012: O cerco à indústria brasileira de defesa: Na contramão da tendência mundial, o Brasil desnacionaliza sua indústria bélica

PEQUENO ADENDO

Transcrito como recebido. Oculto a fonte para protegê-la, mas revelarei se a notícia for falsa (parece que é verdadeira)

U$ 6,00 – Este é o preço da munição 9mm brasileira CBC nos USA, que vende usando o nome MAGTECH.

U$ 11,00 – Este é o preço nos distribuidores, ou seja, tem o frete do Brasil para os USA, impostos, frete para os distribuidores, margem de lucro do distribuidor.

R$ 93,00 – Este é o preço que o EB paga. O Exército Brasileiro sabe o preço da exportação porque é ele que controla.

Como uma caixa de munição 9mm, é exportada por U$ 6,00 vendida em um distribuidor nos USA ao redor de U$ 11,00 e o EB paga sem impostos R$ 93,00.

Isto é uma transferência de recurso público para os cofres privados, um escândalo tão grande quanto o da Petrobras. São milhões e milhões.

Vem acontecendo há tempos, todos sabem e não se faz nada. No mínimo é uma omissão do nosso querido EB.

 

 

 


1924/2014: ABN NEWS 90 ANOS

DESDE 1924: ABN AGÊNCIA BRASILEIRA DE NOTÍCIAS

SINCE 1924: ABN NEWS + BRAZILIAN NEWS AGENCY