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Modelos Matemáticos: impostos e outros usos

Renato J. Costa Valladares

 

 

 

 

 

 
 

Renato J. Costa Valladares
 
 
RIO [ ABN NEWS ] — Em uma manhã lenta e fria (pelos padrões de Niterói) e eu estava lendo um jornal de grande circulação no Rio de Janeiro e cidades próximas. O tema de certo artigo era a distribuição de recursos para universidades de um certo Estado da Federação. O articulista informava que estes recursos correspondiam a “…9,57% da arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias …”. A seguir exemplificava dizendo que “Num cálculo grosseiro, quem compra uma mercadoria de R$ 1 mil pinga uns R$ 13…” nas tais universidades.

Como o cálculo era aproximado nós nos permitimos trocar 9,75 por 10. Nestas condições foi fácil ver que o imposto cobrado por uma compra de mil era R$ 130, aproximadamente, pois este é o valor que dá origem a uma retirada de 10%. Como a cobrança do imposto citado recai em alíquotas com percentuais que diferem de acordo com cada tipo de mercadoria, evidentemente os cálculos feitos pelo articulista foram embasados em médias.

Isto deixa espaço para criar uma grande quantidade de modelos matemáticos. Podem ser modelos reais, feitos por fiscais, administradores, contabilistas, funcionários de universidade e outros profissionais. É claro que estudantes de todos os níveis, incluindo pós-graduação, bem como os demais pretendentes a estas atividades podem usar este material em estudos pesquisas e treinamentos.

Pode-se criar modelos simples, para abordar situações específicas de uma empresa que opere com poucos itens. Por outro lado há empresas operando com centenas ou milhares de produtos ou serviços. Uma fábrica de móveis, um supermercado e uma montadora de automóveis são completamente diferentes e operam com modelos matemáticos que também são diferentes.

Os administradores das universidades citadas acima precisam estar plenamente informados sobre as arrecadações do Imposto de Circulação de Mercadorias, para poderem formular orçamentos compatíveis com as respectivas receitas. Este trabalho também recai em modelos matemáticos.

Mas o leitor talvez esteja preocupado com a questão educacional. Será que um professor pode motivar todos os seus alunos, usando impostos? A resposta é não! Dependendo dos interesses ou da faixa etária dos estudantes, pode ser difícil motivá-los desta maneira.

Para superar esta dificuldade é necessário mudar o assunto. Mas neste caso o professor deve abrir mão dos impostos para encontrar outros temas, dirá alguém ainda preocupado com educação.

Isto é verdade, mas se o professor tiver lidado com impostos, pode facilmente aplicar seus conhecimentos a outras situações (e vice-versa). Embora impostos e material escolar tenham aparências diferentes, o custo de um item pode ser pago de modo similar ao pagamento do outro item.

Os percentuais das alíquotas de um imposto podem ser comparados à chance de alguns times ganharem um campeonato.

Em muitas cidades, casas e apartamentos residenciais pagam os serviços de água e esgoto segundo uma tabela crescente em que o custo do metro cúbico cresce em função do aumento do consumo. As alíquotas de certos impostos crescem da mesma maneira. Isto é, o percentual das alíquotas deste imposto cresce em função do aumento do volume de tributos que o contribuinte está pagando. Há também a situação inversa em que o crescimento da quantidade de um bem de consumo reduz o custo de cada unidade adquirida.

Isto significa que a opção adotada por um professor cresce e cria muitas possibilidades de aplicação. Isto é assim para modelos e para os demais recursos para aprender ou ensinar Matemática.

O leitor que quiser pode falar com o autor pelo e-mail rjcvalladares@gmail.com

Renato J. Costa Valladares, Professor e Escritor, é Doutor em Ciências e Mestre em Matemática.

 

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