Nicias Ribeiro
BELÉM DO PARÁ [ ABN NEWS ] – Na sexta-feira passada, 08/03/2013, a população da cidade de Bagre viveu um momento de grande euforia, ao festejar a inauguração e a operação da linha de distribuição de energia elétrica, que leva energia de Tucuruí de Portel até aquela cidade da Região das Ilhas, numa extensão de 85 Km e numa tensão de 34.500 volts, fato que, sem duvida, já era esperado há muito tempo.
É evidente que ao ser inaugurada a subestação de Bagre e anunciada a energização da linha, que leva a energia de Tucuruí até aquela cidade, o povo vibrou em meio ao espocar de fogos que anunciavam a toda a população aquele acontecimento, que, na pratica, é a maior conquista da sua historia, a redenção econômica daquela região, uma vez que, a partir daquele momento, aquele município passava a ter, não apenas luz para iluminar as suas residências, mas, principalmente, energia firme que permite a todos sonharem com a possibilidade de ali se implementar projetos econômicos com vistas à produção, que, por óbvio, irá gerar emprego e renda àquela gente sofrida.
Como se vê, a sexta-feira passada foi para o povo de Bagre um dia de sonho. O dia que se realizou o sonho da energia, que muitos consideravam impossível, e que permite agora sonhar mais alto, com a implantação de industrias e outros serviços, até porque, como diz a nova marca da CELPA, a energia que lá chegou é para transformar sonhos em realidade. E assim, desse pedaço de página de O Liberal, parabenizo todo o povo de Bagre na pessoa do seu prefeito Gledson Rodrigues, o Gordo como é conhecido, pela realização do sonho da energia que, por certo, há de viabilizar a realização do sonho de desenvolvimento daquela gente do vale do rio Jacundá.
Por oportuno, devo também parabenizar a CELPA, na pessoa do diretor de distribuição, Sérvio Tulio, que, aliás, se fez presente no evento, pela dedicação e acima de tudo pela determinação no enfrentamento dos enormes desafios, que foi a implantação dessa linha de distribuição em áreas de tão difícil acesso e que é constituída de várzeas e “igapós”, que é um tipo de solo que não oferece resistência e dificulta o uso dos tradicionais postes de concreto armado, o que obrigou a se buscar soluções alternativas como os “postes de fibra de vidro” que, por serem mais leve, facilitou em muito o seu transporte, além, é óbvio, de terem uma vida útil mais longa em terras alagadas que, aliás, é uma das características daquela região. E, nessa batalha, não posso esquecer o Alvaro Bressan que comandou essas ações, lá nos primórdios. Como não posso esquecer, também, o Jorge Valente que, como engenheiro da CELPA, participou das discussões em Portel, em 2001, ainda sobre a viabilidade técnica do Linhão do Marajó, quando éramos deputado federal e que muitos não acreditavam sequer na ideia.
Mas, já que lembramos dos amigos que participaram da luta, em favor da implantação do Linhão do Marajó, não podemos esquecer do apoio permanente e incondicional do então deputado estadual Cezar Colares, hoje Conselheiro e Corregedor do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Pará; além, é claro, do ex-ministro Silas Randeau, das Minas e Energia, que viabilizou a engenharia financeira para execução dessa obra que, para muitos, pode até ser pequena, sem grande expressão, mas que, com certeza, é de incomensurável importância para a ilha do Marajó, bem como para toda a região das ilhas.
Por fim, não podemos esquecer daquele que acreditou apenas num sonho: Simão Jatene, que, em seu primeiro governo, liberou os recursos necessários à execução dos serviços de topografia do primeiro trecho do Linhão do Marajó, que vai da chamada “Parada do Bento”, na rodovia transcametá, até a cidade de Portel, fato que, sem duvida, tirou o projeto das pranchetas para a sua efetiva implantação no campo.
Esse é o sonhado linhão do Marajó, que hoje já atende, com a energia de Tucuruí, as cidades de Portel, Breves e agora Bagre. E vamos continuar sonhando, pois muito em breve, se Deus quiser, estaremos energizando a linha Breves – Curralinho, que, aliás, já está implantada em toda a sua extensão de 106 Km.
Como disse o saudoso presidente Juscelino Kubitschek: “Não há sonho impossível, desde que haja fé e perseverança”.
Nicias Ribeiro, engenheiro eletrônico, jornalista e parlamentar, é articulista da ABN NEWS e de O LIBERAL.
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