Pensamento Lógico: João Paulo e Francisco

Renato J. Costa Valladares
 

 

 

 

 

 

 

Renato J. Costa Valladares, Professor e Escritor, é Doutor em Ciências e Mestre em Matemática.

 

RIO [ ABN NEWS ] — O pensamento lógico é uma exigência que se faz a pessoas em várias situações. Concursos, acesso a certas atividades e a uma infinidade de usos da comunicação que precisam ser bem compreendidos pelos praticantes de um determinado procedimento. Afinal de contas todos nós sabemos que no Mudo há idiomas, dialetos, jargões, gírias e similares que vão desde a ingênua língua do P até senhas sofisticadas usadas em guerras, invenções, desenvolvimento de ideias, negócios etc.

Esta forma de pensar se pretende universal, mas usa a linguagem corrente no lugar em que está sendo usada. Para evitar que a língua ultrapasse limites indevidos, a gramática fica de lado a as palavras necessárias passam a ser chamadas e usadas dentro dos parâmetros lógicos.

Tal como o pensamento lógico a Matemática também é universal. Além disso, a forma de estabelecer verdades matemáticas é uma demonstração baseada na lógica, que é um excelente recurso para obter a exatidão que todo matemático procura. Por este motivo professores de Matemática são habitualmente convidados a participarem do ensino ou de concursos de pensamento lógico.

As expressões do tipo “se … então …” em que as reticências são sentenças do contexto em estudo , são largamente usadas em Matemática e em pensamento lógico. Um exemplo clássico é o Teorema de Pitágoras que diz que “se um triângulo for retângulo, então a soma dos quadrados dos lados menores é igual ao quadrado do lado maior”.

A expressão acima tem uma característica muito interessante. Se a sentença inicial estiver errada, então a expressão inteira é considerada certa, independente da segunda sentença. Isto é, se a segunda for certa ou errada, a sentença toda está certa.

Há uns anos atrás o falecido papa João Paulo II visitou o Brasil e ouviu os brasileiros dizerem que “Deus é brasileiro”. Não disse sim nem não. Pelo contrário, ficou quieto e esperou a hora certa para tocar no assunto.

A viagem continuou e ele chegou ao Rio de Janeiro. Ao falar com a multidão que o ouvia dirigiu suas palavras ao objetivo e falando o melhor português que sabia disse que ”se Deus é brasileiro então o Papa é carioca.”.

Sabendo que o papa não era carioca, pois nascera na Polônia, todos entenderam o seu recado. Usando raciocínio lógico ele deixou claro que o que pensava sobre o Deus brasileiro.

Entretanto amenizou suas palavras dando a entender que gostaria de ser Carioca. Cariocas de todas as partes gostaram e aplaudiram o papa. As pessoas brincavam realizando desejos. Uns queriam saber inglês, Outros queriam aprender Matemática, acertar na loteria, conquistar certa namorada ou ver seu time ser campeão.

O tempo passou e hoje não se fala mais no assunto. No que diz respeito ao futebol eu acho que a melhor coisa é continuar caldo. Se o papa Francisco ouvir falar que Deus é brasileiro, é possível que ele parafraseie seu antecessor e diga que “se Deus é brasileiro então a Argentina ganhou a copa do Mundo.”.

Se o leitor quiser pode falar com o autor pelo e-mail rjcvalladares@gmail.com

 

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